A POSTURA DAS JUNTAS DE FREGUESIA
Em greves anteriores,
nomeadamente as chamadas “greves gerais”, em Março e Novembro de 2010, a Câmara Municipal de Oeiras, para tornear a lei, ordenara a entrega de chaves dos
mercados municipais aos presidentes de juntas de freguesia para este procederem
à sua abertura, violando a Lei da Greve.
Ciente de que isto
poderia voltar a acontecer, a CS SINTAP enviou um e-mail a todos os presidentes
de junta, (excepto Cruz Quebrada-Dafundo e Barcarena) sensibilizando-os para
não se substituírem aos trabalhadores em greve, o que foi respeitado apenas
pelo Presidente da Junta de Freguesia de Porto Salvo, tendo os restantes (ou
alguém por eles), de forma mais ou menos encapotada, aberto os mercados,
excepto no dia 1 de Novembro, feriado nacional, em que, devido à denúncia
pública da ilegalidade da sua actuação (Câmara Municipal e juntas de freguesia)
se abstiveram ostensivamente de abrir as portas.
Sendo estas situações
recorrentes, a CS SINTAP denunciou-as ao Secretariado Nacional para que fosse
interposto processo-crime contra todos os intervenientes, por violação reiterada
e consciente da Constituição da República Portuguesa e da Lei da Greve.
No dia 1 de Novembro
os trabalhadores reuniram na sede da Comissão Sindical (CS), em Carnaxide, onde
reafirmaram a vontade de não se deixarem intimidar, rejeitando todas e quaisquer
convocatórias, intimações e intimidações cerceadoras dos seus direitos, nomeadamente
o direito à greve. Esta reunião teve um episódio curioso: um dirigente
da Câmara Municipal de Oeiras foi flagrado a espreitar por uma janela para o interior das instalações da Comissão
Sindical, provocando desconforto nos trabalhadores ali reunidos.
Dias depois seria
propalada a notícia que a reunião teria sido “ilegal”, por ter decorrido em
instalações da Câmara Municipal de Oeiras. Ora, a pessoa que difundiu a
notícia, que tem grandes responsabilidades dentro da autarquia, demonstrou
desconhecer que a Câmara Municipal de Oeiras atribuiu, em 2007, à CS SINTAP
instalações no Mercado de Carnaxide. Foram dadas ordens com carácter de
urgência para ser encontrado o tal documento de cedência de instalações, o que
veio a acontecer. “A montanha pariu um
rato” e meteram a “viola no saco”.
O nosso sindicato,
SINTAP, age dentro da legalidade, ao contrário do que acontece com alguns
dirigentes da Câmara Municipal de Oeiras (quem quiser que enfie a carapuça) que, ávidos de poder, tudo e todos
querem atropelar para atingir o patamar seguinte. Para alguns dirigentes, a
subserviência, o servilismo que colocam na sua actuação, sem quererem saber se
agem ou não dentro da lei, transforma-os em meras marionetas, o que é perigoso.
Este episódio – actuação da Câmara Municipal de Oeiras na
greve ao trabalho extraordinário – por via da postura do dirigente
que foi "vigiar" a reunião dos trabalhadores é a face obscura do dirigismo clientelar, onde alguns
atingem lugares de chefia, não em função do mérito e da competência para o respectivo
lugar, apresentando como único argumento a amizade ou familiaridade com este ou aquele eleito.
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