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domingo, 28 de novembro de 2010

A queda de um mito

Os trabalhadores da Câmara Municipal de Oeiras que têm acesso à Intranet foram "brindados" com mais uma "prenda": por Despacho assinado pelo Vice-Presidente Paulo Vistas, dado a conhecer no dia 22 de Novembro, ficaram a saber que, doravante, a distribuição diária de leite, nuns casos, e semanal, noutros, terminava. Quem quisesse poderia beber leite, gratuitamente, nos bares.
Quem fez o Despacho desconhece que nem todos os trabalhadores têm acesso aos bares, nomeadamente os adstritos às secções de limpeza urbana, cujas tarefas decorrem nas ruas.
Esta decisão, fria, impessoal, sem enquadramento humano, comprovam o nosso descontentamento para com o modo como se tem vindo a fazer a gestão desta casa: as pessoas não contam, não se fala com elas, exara-se um Despacho e o assunto está resolvido.
Que é feito da sensibilidade social, que é feito do diálogo que em tempos não muito longínquos eram apanágio da Câmara Municipal de Oeiras?
Mais: juntar no mesmo Despacho um assunto relacionado com fotocópias e outro com leite? As fotocópias não dizem respeito ao pessoal operário e auxiliar, como a referência ao leite não interessa ao pessoal administrativo e chefias, que o bebem gratuitamente no bares do Município!
Quando se põe em causa o valor de 0,41€ (quarenta e um cêntimos) correspondente a 1 litro de leite (valor facturado pelo fornecedor), tal facto demonstra o estado das finanças municipais.
Somos a favor de uma melhor racionalização na distribuição de leite, sempre manifestamos a nossa discordância pelo facto dos jardineiros, auxiliares de serviços gerais dos Mercados e outros trabalhadores não estarem incluídos neste bónus.
Temos a esperança que esta decisão seja alterada. Há que moralizar a sua distribuição: quem recebe 5 ou 6 litros por semana deverá ser solidário com quem nada recebe, deverá estar aberto a prescindir de parte do seu pecúlio em prol dum colega que nada recebe.
Os trabalhadores devem aprender o significado das palavras PARTILHA e SOLIDARIEDADE.
Ainda que esta decisão do Vice-Presidente Paulo Vistas venha a ser alterada, o facto de ter sido tomada e objecto de Despacho sem prévia comunicação pessoal aos trabalhadores, vem comprovar aquilo que se pretende protelar: a queda de um mito - Isaltino Morais.
Esperamos que outros cortes não ocorram, pois quem teve a ousadia de cortar QUARENTA E UM CÊNTIMOS, não terá qualquer problema em cortar UM EURO E VINTE CINCO CÊNTIMOS! Para bom entendedor...